Na semana que se passou, o maior telejornal do Brasil completou quatro décadas no ar com muitos acertos e muitos erros. Então, vamos analisar.
Cenário: Considero de dois extremos o novo cenário do Jornal Nacional. Um visto de frente e outro de lado. De frente, muito moderno. O globo terrestre girando foi bem impactante em relação ao cenário, dá uma sobrevida ao jornal. O telão ao fundo indicando o assunto tratado foi um excelente acerto. Substitui muito bem o chroma-key que normalmente era aplicado nas laterais. Laterais que estragaram muito bem o cenário. O "JN" "flutuante" como o chroma-key lateral (foto ao lado - ainda usado, mesmo que poucas vezes) poderiam ser até retirados do cenário que não fariam falta, faltou algo novo para essa parte do cenário. A bancada ficou normal, nada de novo. Apenas com espaço a mais para apoiar os cotovelos. Nota 8
Vinheta: E teve? Se considerarmos as de intervalos, nada de anormal, apenas combinou as "ondas" listradas azuis, que estavam no jornal desde abril de 2009, com o "JN" mais "enfurecido", vermelho. Em breve, a vinheta de intervalo deverá ser a vinheta "padrão" do JN, já que a abertura atual consome segundos preciosos do jornal. Nota 3
Trilha sonora: Desastre. Uma trilha de um telejornal durar (mais de) 20 anos é frustante. Um solo de guitarra, mais eletrônico, poderia ser a solução. Se trocassem a trilha mesmo sem uma vinheta de abertura, taria de excelente tamanho. Nota 0,01 (é que a trilha é boazinha, até.)
Modo de apresentação: A tal da ergonomia na bancada que Bonner falou realmente fez com que o jornal tivesse um tom mais natural de dar a notícia. Mas ainda falta uma certa prática que ao longo do tempo deverá ser, naturalmente, solucionada. Nota 9
Notícias: É um ponto fraco desse novo JN. As matérias, mesmo que com mais tempo de produção, são, ainda, muito superficiais. Não há um certo aprofundamento na notícia. Outro detalhe é que a quantidade de notícia dada diminuiu drasticamente e em troca disso, as entrevistas estão mais longas (mesmo antes das comemorações dos 40 anos, conforme Bonner explicou à Agência RBS - leia-se Zero Hora e Diário Catarinense - que o tempo das entrevistas foram triplicados para que o repórter tivesse tal liberdade para a entrevista). Basta comparar com um jornal antecessor, o Jornal da Band, a quantidade de notícia praticamente dobra. Uma solução, que seria quase impossível acontecer, era aumentar pra 1h de duração o jornal. Tudo se encaixaria. Nota 6
Jornal Nacional 40 Anos: Propriamente dito.
Especial sobre afiliadas: Original e muito interessantíssima mostrarem todas as afiliadas e sedes que compõem a Rede Globo. É uma excelente maneira de valorizar o trabalho que elas fazem ao Jornal Nacional e para todos programas da Rede Globo. Destaque para edição feita pela equipe da TV Globo São Paulo e o escritório de Nova York. Nota 10
Entrevistas com repórteres experientes: Excelente ideia, porém no contexto geral deixou a desejar um pouco. Todas as entrevistas deveriam ser colocadas no final do Jornal. Na entrevista com Sandra Passarinho, Isabela Scalabrini e, um pouco, com Franscisco José houve muita interrupção entre o casal e os entrevistados, ficou confuso para quem assistia. Porém, com Ernesto Paglia e Heraldo Pereira a entrevista fluiu naturalmente e com bom conteúdo e nostalgia. Nota 7 (se dependesse apenas das entrevistas feitas com Heraldo e Paglia, a nota, com toda certeza, seria 10)
Vinhetas JN 40 Anos (antes das entrevistas): Mais uma forma de homenagear os repórteres que fazem o Jornal. A trilha deixou a desejar. Nota 8
Destaque final: Chama a atenção, não pelo grande público, que o Jornal Nacional usou diversos repórteres com vasta experiência para reportagens factuais, aquelas que são produzidas no mesmo dia em que o jornal vai ao ar, exemplo disso é Marcos Ûchoa, famoso pelas coberturas internacionais, e Carlos Tramontina, que já apresentou o jornal, fizeram reportagens para o Jornal Nacional. Isso dá muita credibilidade ao jornal. Nota 10
O telejornalismo brasileiro está mudando, e poderíamos afirmar que o JN está sabendo conciliar informação com naturalidade, e isso é o que está ocorrendo no telejornalismo. Isso é bom. Média final: 6,77. Arredondo para 7, porém há muita coisa para se mudar, ainda. Não é todo dia que algum programa de televisão completa 40 anos. Outro detalhe importante: Faltou um HD para o jornal que está sempre inovando.
As comemorações ainda não acabaram. Nesta semana que se inicia o JN fará uma retrospectiva com os principais assuntos que foram destaque durante as 4 décadas. E para as afiliadas, ainda faltam alguns correspondentes internacionais, como em Roma e no Japão.
Fonte: Folha de São Paulo.
Esse texto não demonstra, necessariamente, a opinião do Blog SulBRTV.
eu gostei demaiisss
ResponderExcluirfaltou a vinheta!
ResponderExcluirMuito boa esta avaliação! E mais um comentário meu: Vocês falaram sobre a quantidade de notícias, na sexta-feira, entrou um link ao vivo do Globocop da Rede Globo de SP, com José Roberto Burnier. O JN ficou quase 4 minutos falando sobre o trânsito em SP, destaque que deveria ser (e certamente foi) dado no SPTV. Nem a Band e a Record, que dão muito destaque a São Paulo em seus telejornais de rede, falaram do trânsito por tanto tempo em seus telejornais (Jornal da Band e Jornal da Record). Isso eu não gostei muito
ResponderExcluirSenti falta do blog citar a estréia do Zé Brites, ex-Patrola SC na TV Cultura essa semana...
ResponderExcluirEu acho que deviam pelo menos voltar usar aquele ângulo que aparece o JN em acrílico, mais nada. Seria uma ótima ideia fazer uma enquete pra saber se querem que a Globo volte a usar o enquadramento com o JN ao lado...
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